quarta-feira, 20 de agosto de 2008

13 de agosto de 2008 N° 8161Alerta Voltar para a edição de hoje
Anos de Chumbo
Polêmica sobre Lei da Anistia tem ponto final
Discussão entre o ministro Tarso Genro e os militares

Ao sair da cerimônia de apresentação dos oficiais-generais promovidos, no Palácio do Planalto, os comandantes do Exército, general Enzo Peri, e da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto, deram por encerradas as polêmicas declarações do ministro da Justiça, Tarso Genro, de que os agentes que participaram de torturas durante a ditadura militar deveriam ser punidos.Segundo eles, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou com o debate, depois das afirmações feitas na segunda-feira pelo ministro, em nome do presidente.- Estamos exatamente seguindo o caminho orientado pelo presidente que declarou, na segunda-feira, que não é um assunto para ser tratado pelo Executivo. Essa é a posição do presidente da República e qualquer coisa que se diga será recorrente - disse o comandante da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto.Havia a expectativa de que o presidente desse alguma declaração a respeito após a cerimônia, mas depois de reunião do presidente com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, um pouco antes da cerimônia, já era consenso entre os militares de que o recado dado pelo próprio ministro Tarso Genro significava o fim da polêmica. Ficou acertado que nenhum pronunciamento seria feito pelo presidente, que só Jobim discursaria e que os comandantes dariam por encerrada a discussão.General compareceu sem farda como forma de protestoJobim preferiu falar da agenda de interesse das Forças Armadas: reequipamento, nacionalização da indústria bélica e melhoria da infra-estrutura na Amazônia. Mandou um recado a todos os oficiais-generais, sugerindo que eles evitem manifestações e assumir papel de liderança em suas respectivas Forças.Para o ministro, os oficiais-generais, "não têm necessidade individualmente de produzir biografias". E acrescentou: "não há nenhum oficial-general, neste momento, que pretenda ser ele o grande chefe". Ele se referia ao comandante Militar do Leste, general Luiz Cesário, que apesar de ser da ativa, compareceu ao seminário no Clube Militar, no Rio, embora sem farda, em protesto contra a tentativa de Tarso Genro de reabrir a discussão sobre a Lei de Anistia.Brasília13 de agosto de 2008 N° 8161Alerta

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