quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Grupo pede investigação sobre atos do regime militar

AE - Agencia Estado

GENEBRA - Enquanto governo e militares continuam trocando farpas em relação ao que fazer com o passado ditatorial do País, um grupo de ex-ministros, juristas, advogados, militantes históricos e ex-presidentes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) começa a elaborar um plano concreto para propor a criação de uma "Comissão de Verdade e Justiça" para investigar o que ocorreu no regime militar. A revelação é de Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro de Direitos Humanos do governo Fernando Henrique.
"A comissão precisa ser estabelecida pelo governo. O que estamos fazendo é elaborar um plano de como deve funcionar. A democracia brasileira precisa finalmente se olhar no espelho", disse Pinheiro, que já foi o representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para a situação em Mianmar. Ele avisa, porém, que não há uma data para a conclusão dos trabalhos.
Um dos trabalhos da comissão, inspirada em grupos formados em outros países, seria a de levantar a existência de arquivos secretos e estudar seu conteúdo. Pinheiro rejeita a tese de militares de que não existem mais papéis sobre crimes da ditadura. "Isso é acreditar em Papai Noel. Se, de fato, os arquivos foram destruídos, precisa ser investigado quem os destruiu, por que e quando", destacou o ex-ministro, que preside um grupo de personalidades internacionais para propor a reforma no sistema de direitos humanos no mundo. Entre os membros está a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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