02/12/2008 11:20
Por Zé Dirceu
Por Zé Dirceu
O ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, ao abrir o ato público pelo "Direito à Memória e à Verdade", ontem (01.12), realizado na Assembléia Legislativa de São Paulo, encareceu a importância da mobilização da sociedade pela abertura dos arquivos da ditadura e pelo mais amplo debate quanto ao alcance da Lei da Anistia.Para os cerca de 200 participantes, Vannuchi afirmou que "a luta merece mais mobilização" e citou o exemplo de países como a Argentina e Uruguai, onde até 200 mil pessoas se reúnem em eventos semelhantes. "Todos conhecem a discordância interna do governo federal em relação a esse tema. Mas não era possível manter um assunto como esse em debate interno, como é a velha regra do 'roupa suja se lava em casa'. Não era possível porque havia, de fato, valores superiores em jogo", explicou o ministro.Entre participantes do ato pelo "Direito à Memória e à Verdade", estavam os deputados petistas Rui Falcão e José Eduardo Martins Cardozo, além de Clara Charf, viúva de Carlos Marighella (assassinado em 1969 pelos agentes do DOPS) e Margarida Genevois, ex-presidente da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo e histórica militante pelos direitos humanos no Brasil. Apóio integralmente essa lutaVannuchi afirmou que sua atuação, ao levar adiante os debates sobre abertura dos arquivos e a responsabilização dos agentes da ditadura, também visa zelar pela biografia do presidente Lula e enfatizou: "O presidente não pode terminar seus oito anos de mandato com esse tema sem solução".
Ele reclamou, ainda, da postura da mídia, em sua maioria contrária à discussão da Lei da Anistia e a abertura dos arquivos, e citou os editorais de grandes jornais que se opõem a essa mobilização. "Não há editorial nem posição de ninguém que vá conseguir dizer que esse assunto não deve ser levado adiante", prometeu Vannuchi. O assunto continuará em discussão, explicou o ministro, porque representa "a construção do Brasil no presente e no futuro – conhecer, revelar, mostrar, apurar, investigar. O judiciário cuidará da questão da punição e, entre nós, devemos discutir amplamente o que a democracia brasileira de 2008 deveria considerar como mínimo aceitável".Eu apóio integralmente os pontos de vista do ministro Vannuchi, por defendê-los há muito tempo e entender que a reabertura dos arquivos e a definição do alcance da anistia - inevitáveis, não adianta protelação - já deviam ter ocorrido. Estas, aliás, eram as minhas posições já no início do governo Lula há seis anos.
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