sábado, 8 de novembro de 2008

Militares são suspeitos de torturar jovens

Globo
Quinta-feira, 06/11/2008

Dois jovens dizem ter sido torturados na tarde de ontem, em um terreno do Exército, na Zona Oeste. Eles pularam o muro para fumar maconha e afirmam que foram cercados e por cinco militares armados.

VEJA A MATÉRIA:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM907653-7823-MILITARES+SAO+SUSPEITOS+DE+TORTURAR+JOVENS,00.html

BLOG Reporter do Crime
Enviado por Jorge Antonio Barros -
7.11.2008
15h56m

tortura no quartel
Os militares que não querem aprender com o passado
Leitores tentam inutilmente me intimidar chamando de revanchismo a denúncia permanente que faço aqui contra ditaduras e seus crimes, como o da tortura. Não desistam, mas tenham certeza de que não vão me calar. Eu sou do tipo que quanto mais se reclama, mais eu falo. E essa introdução é só para deixar claro que não poderia deixar de condenar aqui a atitude vil de três militares de um quartel do Exército, no Rio, que torturaram um jovem que invadiu a área militar para fumar maconha. Eu fico bem à vontade para falar disso porque os leitores assíduos deste blog sabem que sou contra a legalização de drogas ilícitas (tenho certo orgulho de nunca ter fumado um cigarro de maconha, nem mesmo para dizer como é a sensação).
É óbvio que os militares no caso em questão deveriam apenas ter prendido o menor e encaminhado ele à polícia por ter invadido a área militar. Nada justificaria sua detenção no quartel, um área privada. O jovem que teve 70% do corpo queimados, portanto, foi vítima também de cárcere privado, lesão corporal dolosa e, pelo seu estado, até tentativa de homicídio.
Aí vem o Comando Militar do Leste dizer que os militares empregaram spray de pimenta porque o delinqüente resistiu à prisão. Que eu saiba spray de pimenta é uma arma não-letal que deve ser aplicada nos olhos e não no corpo inteiro de uma pessoa. Em vez disso, o Exército deveria anunciar que abriu um IPM para investigar a denúncia.
Só que depois do IPM do Riocentro - que concluiu que os agentes do Doi-Codi haviam sido vítimas e não algozes, da explosão que abriu uma cratera na abertura política, em 1981 - fica difícil acreditar em IPMs feitos pelo Exército. O do Riocentro é uma nódoa que até hoje não deixou a instituição. E o pior é, cada vez que o Exército tem a chance de apagar essa mancha, fica ainda mais sujo por ela.
Depois ainda tem gente que não entende a importância de se restaurar a Justiça, contra a impunidade de crimes hediondos praticados pela ditadura.

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