sexta-feira, 7 de novembro de 2008

BRILHANTE USTRA DECLARADO TORTURADOR

www.torturanuncamais-rj.org.br

O Grupo Tortura Nunca Mais/RJ congratula-se com os companheiros Criméia Alice
Schmidt de Almeida, Maria Amélia Almeida Teles e César Augusto Teles pela sentença
do juiz Gustavo Santini da 23ª Vara Civil do Tribunal de Justiça de São Paulo em julgar
procedente a ação civil declaratória movida pela família contra o coronel reformado
Carlos Alberto Brilhante Ustra.

O coronel Ustra era comandante do DOI-CODI de São Paulo, nos anos de 1970 a 1974
quando os presos políticos Criméia, Maria Amélia e César, encontravam-se naquele
órgão e foram barbaramente torturados pelo militar. Entretanto, o juiz julgou
improcedente o pedido da ação movida pelos filhos de Maria Amélia e César, Janaína e
Edson Teles, que ainda crianças foram levados a presença dos pais torturados antes de
serem entregues a família paterna. O magistrado alega que não há provas da
participação de Ustra na tortura aos dois.

Tal sentença foi uma grande vitória pela afirmação de uma outra história diferente da
que nos tem sido oficialmente imposta sobre o período ditatorial brasileiro implantado
pelo golpe militar de abril de 1964. Trazer a público as atrocidades cometidas contra a
nação brasileira, naquele período, tem sido nossa luta. Esta decisão, portanto, fortalece a
luta dos familiares de mortos e desaparecidos políticos e de diversos grupos de direitos
humanos, em diferentes estados brasileiros contra o esquecimento e o silenciamento
impostos.

Neste momento, o GTNM/RJ, com os demais Grupos Tortura Nunca Mais, e as
entidades de familiares de mortos e desaparecidos políticos, está em campanha nacional
pela abertura ampla, geral e irrestrita dos arquivos da ditadura militar. A conquista dessa
luta é fundamental para todos aqueles que há mais de 40 anos buscam esclarecimentos
sobre a localização dos restos mortais e das circunstâncias da morte de seus entes
queridos. É fundamental para a sociedade brasileira conhecer parte da história recente
de nosso país que sistematicamente tem sido ocultada e negada.

Que outras ações como esta sejam viabilizadas.

Que possamos publicizar e responsabilizar todos aqueles que, em nome da segurança do
regime, cometeram crimes contra a humanidade.

Pela Vida, Pela Paz
Tortura Nunca Mais!

Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2008.

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