sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Verdade sobre guerrilha do Araguaia continua a surgir

27/10/2008 12:40
Por Zé Dirceu

Mais uma vez vêm à tona relatos que comprovam torturas, mortes e desaparecimento de corpos, crimes cometidos por militares que atuaram na repressão contra a Guerrilha do Araguaia, de 1972 a 1975, entre o sul do Pará e o norte do atual Tocantins.
O Folhão desse domingo (26.10) trouxe extenso material que começa com o texto "Militares relatam morte de guerrilheiros do Araguaia" e que recomendo a leitura porque traz o depoimento de ex-combatentes colhidos pelo Ministério Público (MP), como o do motorista Jairo Pereira, que testemunhou o enterro de um guerrilheiro - provavelmente Bergson Gurjão Farias, o Jorge, morto aos 25 anos, em 1972.Pereira também é testemunha das torturas sofridas por José Genoino, hoje deputado pelo PT-SP, que militou no Araguaia e foi um dos primeiros a ser preso, como publica a Folha sob o título "Ex-soldado diz que presenciou tortura contra Genoino".
Procurado pelo jornal, Genoino confirmou o relato desse ex-combatente e frisou que "nova testemunha tem isenção política".É preciso, portanto, abrir os arquivos da ditadura logo. Temos que resgatar e curar as feridas deixadas por 21 anos de repressão, e ouvir o que os militares têm a dizer sobre esse episódio triste de nossa história. Eles têm que contar, por exemplo, o paradeiro dos corpos e dar aos familiares dos guerrilheiros o direito sagrado de sepultar seus mortos.
As Forças Armadas mantêm seu silêncio, mas as vozes dos que foram torturados e mortos nunca se calarão. Com arquivos abertos ou não, uma coisa é certa - a verdade sempre vem à tona.

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