Demétrio Weber
BRASÍLIA - O Clube Militar, que reúne militares aposentados, divulgou nota nesta quinta-feira em que acusa os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Vannucchi (Direitos Humanos) de agir com interesses políticos, de olho nas eleições de 2010, ao pedirem a punição de torturadores do regime militar. A nota elogia a atuação da Advocacia Geral da União (AGU) na defesa dos coronéis Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir dos Santos Maciel, acusados de torturar presos políticos na década de 1970. E lamenta que Vannucchi não tenha cumprido a ameaça de deixar o governo, acusando-o de agarrar-se às benesses do cargo.
A assessoria de Vannucchi anunciou que ele entregará nesta sexta-feira à AGU o pedido para que o órgão reveja sua posição. Vannuchi se encontra pela manhã com o advogado-geral-adjunto Evandro Gama.
Para o Clube Militar, Tarso e Vannucchi agem de forma "inoportuna e facciosa", uma vez que a Lei de Anistia teria encerrado a questão.
O Ministério Público Federal move ação na Justiça Federal contra os dois militares e a União. O MP quer que os militares indenizem o governo pelos gastos com indenizações a vítimas da ditadura. A AGU, que defende a União, contesta, argumentando que a Lei de Anistia, de 1979, perdoou crimes praticados na ditadura.
O Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal, que reúne entidades representativas dos Advogados da União, Procuradores da Fazenda Nacional, Procuradores Federais e Procuradores do Banco Central, divulgou nota em defesa dos advogados da União. Segundo o fórum, eles agiram tecnicamente para proteger os interesses da União.
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