sábado, 8 de novembro de 2008

OAB pede ao ministro da Justiça que João Goulart seja anistiado


Presidente da Ordem se reuniu nesta quarta com Tarso Genro.Ambos também trataram de reforma política e lei da anistia.
Diego Abreu Do G1, em Brasília

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, se reuniu com o ministro da Justiça, Tarso Genro, para pedir que o ex-presidente da Republica João Goulart seja considerado anistiado político pelo estado brasileiro, entre outros assuntos. O encontro foi realizado nesta quarta-feira (5), no Ministério da Justiça. A Comissão de Anistia do Ministério irá julgar o pedido de anistia protocolado pela viúva de Jango no próximo dia 15, durante encontro nacional da OAB, em Natal (RN). A família do ex-presidente pede que ele seja anistiado e também requer indenização ao governo brasileiro. No pedido de reparação econômica, a viúva solicitou prestação mensal com valor correspondente à pensão integral concedida às viúvas de ex-presidentes, a partir da data do falecimento de Jango, em 1976. Ele governou o país entre janeiro de 1963 e março de 1964, quando foi retirado da presidência da República pelo golpe militar. Para Cezar Britto, o Brasil tem como dever conceder anistia a Jango. “O bloco militar errou feio quando afastou um presidente eleito”, disse.

Reforma política

Durante a reunião com o ministro da Justiça, Britto também tratou de reforma política. Eles discutiram a ação que a OAB protocolou no Supremo Tribunal Federal pedindo para que os agentes do estado que cometeram tortura durante a ditadura militar (1964-1985) não sejam anistiados. “O ministro ressaltou o ponto de vista do Ministério da Justiça, que é também como pensa a OAB, de que a lei da anistia não alcançou torturador, porque a tortura não é crime político, mas crime de leso a humanidade”, disse Britto. Ele também destacou que reforçou a posição da Ordem sobre a necessidade de se fazer uma reforma política no país. Britto disse concordar com grande parte das posições do governo sobre a reforma. “Defendemos financiamento público de campanha, lista fechada, fidelidade partidária, cláusula de barreira e inelegibilidade para aqueles que cometeram crimes contra o patrimônio”, afirmou. Tarso Genro não concedeu entrevista após o encontro com o presidente da OAB.

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